As Escolhas de Áreas de Estudo e Como os Encarregados de Educação Podem ou Devem Intervir

A escola tem a sua estrutura própria que implica escolhas em alguns passos do percurso escolar.

 

 

Referimo-nos, primeiro, não à escolha de um jardim-de-infância, centro de estudos ou escola primária porque estas opções deverão ser responsabilidade dos encarregados de educação, mas sim as escolhas que começam no ingresso no 2º ciclo escolar e de atividades extracurriculares, quando aplicável.

 

Ao entrar para o segundo ciclo começam as escolhas. A criança terá que ser encaminhada para a primeira língua estrangeira que poderá, ou não, estar conectada ao percurso prévio do estudante neste campo.

 

 

No terceiro ciclo existem novas decisões a ser tomadas. A educação artística chega e, com ela, novas disciplinas de opção, dependendo da oferta disponível na escola do estudante. Disciplinas como música, dança, educação tecnológica ou visual e teatro entram em cena e o jovem terá que adotar uma ou mais destas. É, também, relevante, a inserção de atividades extracurriculares – ou continuação das mesmas – como complementos à formação dos jovens. Existe também a terceira língua a aprender, que normalmente será o inglês, o francês ou o espanhol, dependendo da escola em questão. Na idade em que o aluno que se encontra, já poderá participar na seleção – dentro das ofertas – dos caminhos a percorrer. A seleção poderá ser feita em conjunto, no entanto, a decisão final deverá estar, ainda, ao encargo dos pais ou encarregados de educação de cada criança, de acordo com o aconselhamento da escola. Ainda no terceiro ciclo, poderá haver uma bifurcação de caminhos, sendo que os cursos tecnológicos ou profissionais poderão também ser uma opção válida a seguir, de acordo com os planos profissionais dos jovens.

 

 

O ensino secundário, também este obrigatório, poderá representar a continuidade do ensino profissional numa nova fase ou, em alternativa, a opção de área de estudos. Haverá quem alegue que esta deverá ser feita de acordo apenas com as notas mais elevadas do estudante, mas é inalienável que se permita ao jovem ser livre para escolher o seu próprio caminho dentro da oferta na área de residência, ou, quem sabe, numa área mais extensa devido à autonomia já requerida dos jovens com a maturidade da idade. Ainda no fim do terceiro ciclo existirá o possível auxílio do psicólogo escolar e dos testes psicotécnicos, que poderão atestar, mais claramente, qual a área em que o jovem se enquadra mais francamente, com sucesso e aptidão. A escolha da área de estudos é deveras importante, pois é esta que permitirá no futuro a escolha de um curso superior, caso o aluno pretenda seguir os estudos para um nível académico mais específico.

 

 

Aquando da chegada do último ano obrigatório, e dependendo das escolhas a ter, média e aptidão, chega a hora de pensar mais afincadamente qual o curso superior que o estudante poderá seguir. Tendo em conta a maioridade e maturidade atingidos, o papel dos pais é apresentar as possíveis opções a nível de posses realistas, possível ingressão no mundo do trabalho. A escolha final, dentro do resultado dos exames, das opções válidas e da oferta académica de cada faculdade é, ou deverá ser na maioria dos casos, responsabilidade do estudante. Afinal, neste ponto, este deverá ter maturidade para saber o caminho para o seu futuro. Os pais poderão aconselhar mas não deverão obrigar o jovem a seguir outro caminho que não o seu, aquele que pretende seguir. Deverão, sim, acompanhar e motivar o estudante na recolha de informação e visão clara do que dele será esperado e exigido.

 

 

Assim sendo, poderá afirmar-se que o acompanhamento nas escolhas de um aluno por parte dos pais é importante, mas deverá ser o aluno a ter a última palavra. O papel dos encarregados de educação é informar, motivar e encaminhar, mas não escolher. Através da evolução da maturidade do jovem, existem cada vez mais opções, mas deve sempre haver espaço para as suas decisões, afinal, a vida e os resultados serão seus, para a sua vida. Há que deixar o jovem abrir as suas asas e voar na direção que lhe trará maior satisfação.